Saneamento e meio ambiente

A defesa do saneamento básico é um compromisso assumido por Ana Perugini entre os anos de 1980 e 1990, no então distrito de Hortolândia, quando ingressou em movimentos populares, na luta por água, asfalto e esgoto. Eleita vereadora em 2004, Ana ampliou o trabalho na Câmara Municipal e o transformou em uma de suas principais bandeiras durante seus oito anos de mandato na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Na Alesp, a parlamentar lançou a Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Sabesp, por meio da qual potencializou o processo de transformação iniciado em 2005, na cidade, com a expansão das redes de água e esgoto, a conversão de mais de 90 mil fossas sépticas em uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), além da tubulação de gás. Além do impacto na saúde da população hortolandense, essa infraestrutura foi fundamental para a abertura do município a novas empresas, gerando emprego e renda.

O trabalho não evidenciou apenas as falhas na prestação de serviços em Hortolândia, mas também em inúmeras cidades do Estado de São Paulo. Com a Frente, foram realizadas audiências públicas em diversas regiões, unindo prefeitos, vereadores, lideranças da sociedade civil organizada, repre­sentantes de en­tidades públicas e privadas e de organizações não governamentais em torno de um único objetivo: a oferta de saneamento básico de qualidade para todos os municípios paulistas.

Atualmente, Hortolândia tem um dos melhores serviços de saneamento do Brasil, de acordo com o Ranking da Universalização do Saneamento 2021, divulgado pela Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental). O município coleta aproximadamente 98% do esgoto doméstico produzido e trata 100% de todos os efluentes coletados na cidade.

Mais água para as cidades do interior de SP

Outra conquista dos municípios do interior paulista, em decorrência do trabalho de Ana Perugini na Frente de Acompanhamento das Ações da Sabesp, foi o aumento da vazão do Sistema Cantareira, conjunto de represas que libera água para o abastecimento de cidades das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.

Ao lado de órgãos como o Consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), do Ministério Público, Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas, prefeitos e vereadores, Ana dialogou com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), responsável pela gestão hídrica no Estado, e a Agência Nacional de Águas (ANA) e intermediou a negociação que resultou na assinatura de um novo contrato, em vigor desde maio de 2017, que prevê a liberação de dez mil litros de água por segundo para os municípios do interior – o volume máximo anterior era de cinco mil.

Em 2011, Ana Perugini alertou que o Governo do Estado poderia ter um “apagão” devido à falta de uma política de saneamento por parte da Sabesp. “O governo precisa assumir essa responsabilidade; caso não o faça há um risco ao abastecimento das duas regiões, o que será um prejuízo sem precedentes para a economia do Brasil. Esse é um assunto fundamental, do ponto de vista social, econômico e estratégico para o país, e quero levá-lo, também, à apreciação do governo federal”, disse a então coordenadora da frente. Três anos depois, o país enfrentou uma das maiores crises hídricas da história.

Na Câmara Federal, Ana integrou a Comissão Especial da Crise Hídrica, criada para discutir obras e ações vitais para a segurança hídrica no país. A parlamentar coordenou, em dezembro de 2015, na Câmara de Campinas, uma mesa redonda para avaliar as necessidades dos municípios das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).